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Atingidas por crise devido à pandemia, lojas de Salvador demitem funcionários

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A pandemia do coronavírus atingiu em cheio o comércio de Salvador. Um dia antes de as lojas de rua com mais de 200 metros quadrados serem fechadas, poucos estabelecimentos que ficam na Avenida Sete estavam abertos nesta sexta-feira (27). O movimento tranquilo foi o resultado da medida adotada pelo prefeito ACM Neto para conter o avanço do novo coronavírus.

Com pouca gente na rua, até o comércio considerado essencial sentiu o reflexo do isolamento. Em uma delicatessen, no bairro de Matatu de Brotas, os clientes só poderiam entrar sozinhos no estabelecimento. Segundo o dono da rede de delicatessen, o faturamento do local caiu 70% nos últimos dias. O restaurante da padaria foi fechado para evitar aglomeração de pessoas. A medida tomada por ele foi demitir 30 dos 220 funcionários da rede.

“As nossas últimas reuniões foram tristes, porque, de fato, ninguém deseja isso. Nós ficamos mais tempo aqui do que em casa, e é triste, porque não é o que a gente espera. Eu espero que seja, de fato, resolvido logo”, disse a gerente da padaria Priscila Fonseca.

Uma consultora de vendas que trabalhava em um shopping foi demitida há dois dias. “Faz dois dias que eu recebi uma ligação do meu supervisor me avisando que eu estava sendo desligada do quadro”, contou Sídera Ramos.

Decretos para evitar a proliferação do novo coronavírus, divulgados desde a última semana, afetaram o movimento no comércio. No dia 21 de março, shoppings centers foram fechados e seis praias da capital interditadas por um prazo de 15 dias. No dia 25 de março, bares, restaurantes, lanchonetes e lojas de conveniência começaram a funcionar de forma restrita, com delivery ou retirada dos produtos para consumir fora dos estabelecimentos.

Em Salvador, existem cerca 14 mil bares e restaurantes. Segundo informações da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), alguns estabelecimentos já começaram a demitir.

“37% dos estabelecimentos já demitiram funcionários, 33% dos estabelecimentos já estão planejando demitir os funcionários. O que nós recomendamos agora é que aguardem o Governo Federal, que a Abrasel tem feito um contato frequente com o Governo Federal, esperando uma proposta do Governo, que vai melhorar tanto a situação dos funcionários como dos bares e restaurantes”, contou o presidente do conselho da Abrasel, Daniel Alves.

O secretário municipal de urbanismo e desenvolvimento, José Sérgio Bezerra, adverte que os estabelecimentos que vendem materiais considerados de primeira necessidade poderão ficar abertos, de acordo com a determinação da prefeitura.

“Estamos excepcionalizados dessa decisão, o comércio do material de construção, elétricos, açougue, padarias, supermercados, petshops, empresas que trabalham com material de saúde… Em síntese, aquelas empresas que trabalham com gênero de primeira necessidade. Um outro grupo de empresas que estarão excepcionalizados desse decreto são aqueles estabelecimentos com porte inferior a 200 metros quadrados de área total construída”, explicou José Sergio Bezerra.

Ajuda federal

Para evitar novas dispensas, o Governo Federal anunciou, nesta sexta, uma linha de crédito emergencial para atender pequenas e médias empresas com faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões. O programa vai financiar os salários de funcionários que ganham até dois salários mínimos por dois meses. No entanto, existe a contrapartida de que as empresas não poderão demitir os empregados nesse período.

Veja mais notícias do estado no G1 Bahia.

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